Um grupo de 80 refugiados da Venezuela chegou ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, durante a tarde desta terça-feira (25). As famílias vieram de Roraima para o Paraná em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e serão acolhidas na Casa de Encontro dos Freis Carmelitas. Além da capital paranaense, outras quatro cidades do Rio Grande do Sul estão recebendo refugiados nesta terça.
De acordo com o coordenador operacional adjunto da Força Tarefa Logística Humanitária para o Estado de Roraima, coronel Georges Feres Kanaan, nesses locais, além de dormitórios e banheiros, são oferecidas três refeições diárias, atendimento médico e social. Ele também destacou a importância do processo de transferência dos venezuelanos para outros locais do país. “A interiorização é fator crítico de sucesso para toda a operação. O Estado não tem a capacidade de absorver essas pessoas, nem o mercado de trabalho, o sistema de ensino e a rede hospitalar. Essa grande quantidade de pessoas é uma coisa inédita”, disse.
Para o oficial de Relações Institucionais do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Brasil, Pablo Mattos, a parceria com o Estado brasileiro em ações de proteção aos venezuelanos é positiva e coloca o Brasil como um modelo a ser seguido em toda a região. “A interiorização é uma estratégia para facilitar a integração, e esse é o desejo das pessoas. De se integrarem à sociedade brasileira e poder também contribuir e ter uma vida melhor”, comentou.
A estimativa da ONU é de que mais de 1,6 milhão de pessoas tenham deixado a Venezuela desde 2015. Dessas, 90% dirigiram-se a países sul-americanos. Os principais motivos alegados pelos venezuelanos são a insegurança e violência, somados à falta de acesso à comida, medicamentos e serviços essenciais.